Caríssimos irmãos e irmãs,
O Santo Padre, Papa Bento XVI, nos convida a
iniciarmos juntos o tempo quaresmal, tempo de conversão e de renovação. Vamos
meditar as palavras que ele nos dirigiu na celebração de quarta-feira de
cinzas.
Venerados Irmãos, Amados irmãos e irmãs!
Hoje, Quarta-feira de Cinzas, começamos um novo
caminho quaresmal, um caminho que se estende por quarenta dias e nos conduz à alegria
da Páscoa do Senhor, à vitória da Vida sobre a morte...
A Igreja propõe-nos, em primeiro lugar, o forte
apelo que o profeta Joel dirige ao povo de Israel: «Mas agora diz o Senhor,
convertei-vos a mim de todo o coração com jejuns, com lágrimas, com gemidos»
(2, 12). Começo por sublinhar a expressão «de todo o coração», que significa a
partir do centro dos nossos pensamentos e sentimentos, a partir das raízes das
nossas decisões, escolhas e ações com um gesto de liberdade total e radical.
Mas, este regresso a Deus é possível? Sim, porque há uma força que não habita
no nosso coração, mas emana do próprio coração de Deus. É a força da sua
misericórdia.
Continua o profeta: «Convertei-vos ao Senhor,
vosso Deus, porque Ele é clemente e compassivo, paciente e rico em
misericórdia» (v. 13). A conversão ao Senhor é possível como «graça», já que é
obra de Deus e fruto da fé que depomos na sua misericórdia. Esta conversão a
Deus só se torna realidade concreta na nossa vida, quando a graça do Senhor
penetra no nosso íntimo e o abala, dando-nos a força para «rasgar o coração»...
Além disso, este «convertei-vos a mim de todo o
coração» é um apelo que envolve não só o indivíduo, mas também a comunidade. Na
primeira Leitura, ouvimos também dizer: «Tocai a trombeta em Sião, ordenai um
jejum, proclamai uma reunião sagrada. Reuni o povo, convocai a assembleia,
juntai os anciãos, congregai os pequeninos e os meninos peito...» (vv. 15-16).
A dimensão comunitária é um elemento essencial na
fé e na vida cristã. Cristo veio «para congregar na unidade os filhos de Deus
que estavam dispersos» (Jo 11, 52). O «nós» da Igreja é a comunidade
na qual Jesus nos congrega na unidade (cf. Jo 12, 32): a fé é necessariamente eclesial.
É importante recordar isto e vivê-lo neste Tempo da Quaresma: cada qual esteja
consciente de que não empreende o caminho penitencial sozinho, mas juntamente com
muitos irmãos e irmãs, na Igreja...
Amados irmãos e irmãs, confiantes e alegres
comecemos o itinerário quaresmal. Ressoe em nós intensamente o convite à
conversão, a «converter-se a Deus de todo o coração», acolhendo a sua graça que
faz de nós homens novos, e de uma novidade maravilhosa que é a participação na
própria vida de Jesus...
Acompanha-nos neste tempo a Virgem Maria, Mãe da
Igreja e modelo de todo o verdadeiro discípulo do Senhor. Amém!
Nenhum comentário:
Postar um comentário